Na estreia de uma “pensata” que pretendo tornar mensal, justamente ao findar o mês em que celebramos o Dia Internacional da Mulher, penso em nossa flexibilidade e na forma em que somos empreendedoras natas, já desde tempos imemoriais, em que a palavra empreendedorismo ainda não estava em voga.
No nosso setor, majoritariamente feminino, essa flexibilidade é elevada à milésima potência, afinal, não basta criar uma peça, mas também administrar o negócio, conhecer um pouco de marketing, entender de gestão, operar as vendas, e até conhecer estratégias de e-commerce. Ou seja, flexibilidade a mil por hora.
De acordo com dados do Ministério do Trabalho, no período de 2012 a 2017, houve um aumento de 18% no número de mulheres trabalhando por conta própria e de 30% no número de empregadoras. Ou seja, enquanto o desemprego se alastrava pelo País, mais mulheres encaravam a crise e lançavam seus próprios negócios.
Sei que as dificuldades para as mulheres no mercado de trabalho são inúmeras, mas preservo o otimismo. No último ano, as taxas de desemprego começaram a diminuir, e, mesmo longe de ideais, as diferenças salariais entre homens e mulheres também estão se estreitando. Na média, mulheres ganham 15% a menos do que os homens, porém, nos últimos dez anos, o aumento real de remuneração das mulheres foi de 21% e de homens 18%.
Acredito no empreendedorismo para igualar essa situação. Ser mulher é trabalhar, é criar, é construir. É preciso ter a crença de que estamos trilhando um caminho melhor e os números nos mostram isso. Nos últimos dez anos, houve um aumento de 55% de mulheres em cargos de direção, ainda que os salários correspondam, em média, a 67% do salário de homens nestas funções.
Tudo isso reforça a confiança no nosso potencial intelectual e laborativo. Temos que seguir em frente sem medo, estudando e trabalhando. Nossa força está na nossa criatividade e na nossa capacidade de resiliência. Juntas, nós mulheres empreendedoras, somos mais fortes.