Notícias

Designers de joias do Rio de Janeiro e estilistas de moda íntima de Nova Friburgo mostraram no desfile de abertura da Feira de Moda Íntima, Praia, Fitness e Matéria-Prima de Nova Friburgo – Fevest, nesta quarta-feira (4/07), o resultado do trabalho de um ano que uniu os dois setores na criação de peças de valor agregado baseadas no conceito “joia lingerie”.

O Programa de apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) reuniu 27 marcas, que em duplas e trio desenvolveram coleções combinando a joia à roupa íntima. A ideia, executada pela Firjan, surgiu da parceria entre a Associação de Joalheiros do Rio de Janeiro (Ajorio) e Sindivest e contou com o apoio do Sebrae/RJ e da CNI.

A Fevest está aberta para empresários, compradores, fornecedores, entidades ligadas à cadeia têxtil e influenciadores até o dia 6/07, de 13h às 20h, e em 07 e 08/07, das 10h às 20h. Nos dois últimos dias, o evento será aberto ao público, que poderá conferir e comprar direto das marcas.

Segundo a diretora-executiva da Ajorio, Angela Andrade o projeto nasceu da criatividade em tempos de crise. “O objetivo era unir dois setores que são muito expressivos no estado do Rio de Janeiro. Apostamos na ideia de que o casamento entre eles fosse dar muito certo e para nossa alegria, vimos na passarela o sucesso que foi”, afirmou.

De acordo com Angela, a expectativa é dar continuidade à parceria convocando novas empresas e promovendo o desenvolvimento de um polo de bijuteria em Nova Friburgo. “Primeiro temos que divulgar bastante as coleções, esperando que rendam bons frutos para os empresários. Depois vamos chamar novas marcas para ampliar o projeto. Agora é vender e fazer as mulheres ficarem ainda mais bonitas com suas joias e lingeries”, completou.

A projeto começou a ser costurado há dois anos, e foi lançado na Fevest do ano passado. Os empresários que se interessaram em participar passaram por um programa que durou 12 meses e incluiu seis workshops e consultorias do Instituto Rio Moda e Firjan. No primeiro encontro, eles escolheram seus pares, formando os seguintes times: Ame Mais e Lalie Lalou; Zóia e Monthal Lingerie; Gellis Lingerie e Prateando Joias; Lucitex e Vyx Ipanema; Suspiro Íntimo e Pantai; Atelier Dulce Marine e Dellas Lingerie; Iddha e Menina Moça Lingerie; Union Acessórios e VCM Confecções; Diogo Dalloz Joias e Bianquini; Márcia Mór e Lia Lou;Bianquini e Creative Brazil; Yara Figueiredo e Sapeka Lingerie; e Ambiente Íntimo, Union Acessórios e Tatiana Zaharof.

O desfile exibiu uma peça de cada equipe, e as coleções completas estão no estande do Procompi. Pela primeira vez, a Fevest abriu suas portas para a comercialização de joias e bijuterias, no atacado e no varejo, em todos os dias do evento.

Coleções

As duplas produziram coleções tão diversas quanto originais. uma gargantilha leve de ouro, com cerca de 15 fios, fixada no sutiã, mas que pode ser retirada com facilidade para outras opções de uso. Em ouro, o conjunto sai por R$ 21,9 mil.

A designer de joias Yara Figueiredo e o estilista Vinícius Loureiro, da Sapeka Lingerie, apostaram no erótico chique, com lingeries em tons básicos e joias fetiche. Já Valéria Berkovitz, da Vyx Ipanema, viu no Rock in Rio uma oportunidade para criar lingeries e acessórios rock’n’roll. “Na época do festival, tinha muita vitrine com roupas para roqueiros, mas na moda íntima não havia nada com esta pegada. Por isso decidimos seguir este caminho”, conta.

A Creative Brazil apresentou uma coleção básica, com joias versáteis, que podem ser usadas tanto na peça quanto no corpo. A Ame Mais e Lalie Lalou uniram o simbolismo das pedras com as cores do lingerie, compondo kits cheios de significados.

E Vanessa Wagner, da Zoia, se inspirou no Tangram para criar um kit de sete acessórios em cerâmica ou resina feita com sobras de tecidos, que podem ser desmembrados criando 14 opções de uso. As bijuterias combinam com as peças de homewear da Monthal, feitas de algodão sustentável de origem de agricultura familiar.

De acordo com Vanessa houve uma sinergia muito grande entre as duas marcas durante a execução do projeto. “Pensamos neste desafio que seria criar uma proposta de um guarda-roupa consciente neste ambiente de lingerie. Quando eu assisti ao desfile e vi todos aquelas criações em lingeries e nós entramos de pantalona e body tive a sensação de quebrar paradigmas mesmo, de questionar. Esta é a proposta”, afirmou Vanessa.

O programa

O Procompi é um programa que resultou da parceria entre o Sebrae com a CNI, Firjan, Ajorio e Sindvest, executado pelo Instituto Moda Rio. A proposta era capacitar gratuitamente empresas de joias e bijuterias e moda íntima para o desenvolvimento conjunto de produtos de alto valor agregado. Durante um ano, eles assistiram a seis workshops, que abordaram temas como gestão, processo produtivo, etapas de comercialização e desenvolvimento de produto. As empresas selecionadas também ganharam consultorias, presenciais e à distância, para cada tema abordado nesses encontros. A etapa final foi o desenvolvimento das coleções, apresentada no desfile da Fevest 2018.