No final de novembro de 2016, durante o III Seminário Atualização Tecnológica e o Setor de Joias e Bijuterias, Francisco Ribeiro, sócio da GAR Mineração, falou em primeira mão aos presentes sobre a volta da exploração de diamantes no Brasil. Pouco tempo depois alguns veículos de comunicação já divulgavam o potencial brasileiro em ocupar o 11º lugar no ranking global de produção do mineral composto por apenas 21 nações e liderado pela Rússia.
Esse aumento se deve a descoberta de uma reserva na cidade de Nordestina, no interior da Bahia, que pode aumentar essa produção em até 10 vezes nos próximos anos. Por este motivo, o Brasil voltou a ficar na mira de investidores que estão prospectando a pedra preciosa também em reservas em Goiás e em Minas Gerais.
Em março deste ano, o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) lançaram os resultados do projeto Diamante Brasil, um banco de dados público com informações sobre os principais aspectos da geologia de diamantes no país cujo objetivo é atrair investimentos para o setor de mineração. O projeto identificou 1.344 dos corpos kimberlíticos e rochas associadas, reunidos em 23 campos. Estima-se que apenas 1% dos corpos kimberlíticos tenha diamantes economicamente viáveis. No mundo, pouco mais de 20 jazidas de kimberlíticos estão em produção. Até ano passado, o Brasil estava fora dessa estatística.
A descoberta de Nordestina mudou o cenário. Em meados de 2016, deu-se início a primeira produção comercial de diamante primário no Brasil. Liderada pela belga Lipari, a produção deve alcançar este ano 220 mil quilates.
Exportação
O Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), com informações do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), elaborou um levantamento sobre a exportação brasileira dos principais itens do capítulo 71 da NCM. Apesar da queda de 15% em relação ao total de exportações, comparando o período de janeiro a agosto de 2016 e 2017, a exportação de diamantes em seu estado bruto teve a surpreendente alta de 169%. Os motivos ainda não foram estudados pelo instituto, mas estão diretamente relacionados com a alta da produção de diamantes no país. Veja abaixo a tabela que indica esta variação durante os últimos 5 anos.