O que aprendemos em Campo Formoso

Este mês, realizamos nossa quinta missão  empresarial,  desta vez a Campo Formoso,  no norte da Bahia,  onde estão localizados os garimpos de esmeralda da Serra da Carnaíba e Socotó, que conhecemos, literalmente, em profundidade. Entrar em uma das minas, a 230 metros do solo, foi uma das experiências mais impactantes da viagem. Todo grupo que participou da caravana - 21 pessoas entre nossos associados e equipe da Ajorio e Firjan -, teve a experiência de descer nas minas e ver como é feita a extração da esmeralda. Ficamos muito impressionados, não só pela adrenalina de descer tão fundo presos a uma corda, mas também por constatar como é difícil o trabalho no garimpo.

É preciso muito investimento e anos de espera para conseguir boas pedras da forma como é feito em Campo Formoso, em garimpos tocados pela cooperativa de mineradores. São iniciativas individuais, que não contam com apoio do poder público e carecem de investimentos. A importância da nossa missão está em aproximar as duas pontas da cadeia, mineração de pedras preciosas e varejo de joias, e lá tivemos a oportunidade não só de fazer bons negócios, como também de conhecer a realidade da extração das gemas e vivenciar o trabalho no garimpo.

Fomos a Campo Formoso para entender quais são as batalhas do setor mineral, onde tudo começa. Porque temos muita coisa para melhorar no setor. Unindo forças, podemos trabalhar juntos por uma legislação melhor, fazer parte do marco mineral, não só dos benefícios fiscais, mas também da regulamentação da exploração, da obtenção das licenças, tanto de pesquisa, quanto de extração.

É preciso colocar na agenda de políticas públicas as demandas de todo o setor, para que nossos governantes não esqueçam que podemos até mesmo transformar o PIB do Brasil, como aconteceu em países como a Índia e a Tailândia. A riqueza mineral  pode e deve deixar renda, emprego e riqueza no nosso país.

A cadeia produtiva inteira está ligada, e quando  aproximamos os elos, vimos surgir não apenas bons negócios, como também boas ideias. Nos encontros com as autoridades locais, começamos a desenvolver uma parceria para aprimorar a lapidação e incentivar a fabricação de joias no município. O que eles têm, matéria prima de qualidade, nós queremos muito, e o que nós temos, criação, fabricação e mercado, eles também estão precisando. Nesta história, os dois lados só  têm a ganhar.

A Ajorio tem isso como DNA, juntar a cadeia inteira, o setor inteiro em um único objetivo: o de  mostrar o que esta riqueza tem, o que o Brasil tem para dizer das nossas joias, dos nossos designers, das nossas pedras. E nós mostrarmos isso para o Brasil, para o consumidor e para o mundo inteiro. Que venham as próximas missões!